Fonte: "Rádio Renascença", dia 1 de Dezembro de 2007
A entrega da custódia de uma menina de seis anos, de Vila Real, à mãe biológica vai ter consequências desastrosas na formação da personalidade da criança, diz a psicóloga Cristina Sá Carvalho.
Em declarações à Renascença, a especialista acredita que a menina não está preparada para se integrar num novo contexto familiar e afectivo.
“Uma criança de seis anos está profundamente ligada às pessoas que a criaram, lançou as bases para a estruturação da sua personalidade e, por muita que esteja a mãe recuperada - que até pode estar e esperemos que sim -, também está a fazer uma aprendizagem que para si é extremamente difícil”, sublinha Cristina Sá Carvalho.
Esta psicóloga considera que a sociedade portuguesa deve fazer uma reflexão, nomeadamente do ponto de vista legal, sobre que é que é estar apto para cuidar de um menor e em relação ao “interesse maior da criança”.
“É altamente improvável que os direitos da criança, que as suas necessidades básicas e mais profundas sejam respeitadas quando ela é retirada à família que a acolheu e, se calhar, também convinha definir estas situações das famílias de acolhimento, para que estes casos não voltem a ocorrer”, argumenta.
O Tribunal Judicial de Vila Real ordenou a entrega à mãe biológica de uma menina de seis anos que vive de os 25 dias de idade com Graça e Américo Carquejo, os pais de acolhimento.
A Segurança Social tinha retirado a menina à mãe desde tenra idade, devido a problemas de toxicodependência da progenitora.
Entretanto, Fernando Miranda, advogado da família de acolhimento, garante que vai recorrer da decisão da justiça.
Já Paulo Souto, advogado da mãe biológica da criança, afirma que esta decisão do tribunal foi de ultimo recurso, e que o casal de acolhimento sempre levantou obstáculos durante o processo.
A defesa da mãe biológica garante, ainda, que estão reunidas todas as condições - emocionais e financeiras - para acolher a criança, sendo que o Tribunal entende que não existe qualquer fundamento legal para a manutenção da menina na família de acolhimento.
RV
Fonte: "Rádio Renascença", dia 1 de Dezembro de 2007
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